Finalmente saiu o tão esperado concurso para a Polícia Federal, com
oportunidades para três cargos: delegado (150), perito (100) e escrivão
(350). As inscrições foram abertas na última segunda-feira e os
interessados em participar terão até 9 de julho para se cadastrarem, no
site do Cespe/UnB. Segundo especialistas, espera-se, para este processo
seletivo, um dos maiores contingentes de inscritos de todos os tempos,
atraídos especialmente pelos bons salários — de R$ 7.514,33 para
escrivão e de R$ 13.368,68 para perito e delegado. O edital está voltado
para unidades de fronteira, como os estados do Acre, Amazonas, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, entre outros.
Uma das grandes
novidades do edital de delegado de polícia, diz o diretor do IOB, é a
integração da prova oral, tradicionalmente cobrada na carreira jurídica.
Aos escrivães, é bom lembrar que a prova de digitação terá unicamente
caráter eliminatório.
— Este mesmo edital não fala expressamente
da avaliação de títulos entre os requisitos para investidura, mas deixa
escapar que pode haver uma avaliação. Tal fato não ocorre no edital para
perito, onde os títulos parecem preencher a ausência da prova de
digitação — acrescenta o professor Leonardo Pereira, diretor do
Instituto IOB,
Quanto às disciplinas, ressalta Pereira, os
peritos sempre esperam uma prova muito técnica e específica, afastando
os aventureiros de seus bancos de prova. Contudo, o cargo de agente
receberá de braços abertos a grande maioria dos concurseiros, já que
conta com disciplinas que representam com grande fidelidade o núcleo
duro da maioria dos concursos de nível superior.
Para delegado,
no entanto, o edital traz algumas surpresas: criminologia, direito
financeiro e direito internacional público dão o tom da conversa,
apontando um edital maduro e voltado especialmente para o bom desempenho
das atividades policiais. Ou seja, exige do bacharel em direito um
pouco mais do que se esperava, levando-se em consideração o último
edital.
O professor Sérgio Gurgel, do Canal dos Concursos,
aconselha que as disciplinas sejam estudadas com equilíbrio, mas admite
ser natural que os candidatos priorizem o conteúdo de direito penal,
processo penal e legislação especial, pensando nestas matérias como as
mais importante por se tratar de um concurso voltado para a área de
segurança.
Paulo Estrella, diretor da Academia do Concurso, vai
além, afirmando que os candidatos não devem estudar exclusivamente os
novos conteúdos do edital, já que, como são novidades, não devem ser
cobrados de forma intensiva:
— O que o candidato tem que fazer é
equilibrar o estudo entre todos conteúdos, de acordo com o peso de cada
bloco de prova. É importante ajustar o tempo de estudo para garantir a
melhor relação custo-benefício. Sendo assim, o candidato precisa dar
mais ênfase ao conjuntos de disciplinas com maior peso na prova.
Estrella
vê a prova oral para delegado como um problema, tornando mais
trabalhoso o processo de seleção e tirando um pouco a objetividade do
certame:
— A Polícia Civil já vem fazendo isso há bastante tempo.
Embora a proposta seja interessante, o candidato perde um pouco a mão
dessa questão de controle do certo e errado, de qual é o gabarito, de
que forma ele respondeu, de que forma vai fazer um recurso. Como prova
de avaliação é um avanço, mas como forma de controle para o candidato é
um dificultador. A avaliação é muito subjetiva, o que torna mais difícil
para o candidato avaliar seu desempenho. Além disso, tem o fator
estresse de passar por uma avaliação oral.
Como nas demais
seleções públicas, os especialistas afirmam que a resolução de
exercícios de provas anteriores para os cargos ou ministrada pela banca
organizadora é sempre a melhor indicação de estudo, principalmente
durante as semanas que antecedem as provas. Os candidatos devem também
aproveitar os sites gratuitos que fornecem questões de concursos com
gabarito e comentários das questões, excelentes para preparação e treino
dos concursandos, ajudando a sedimentação e fixação do conteúdo já
estudado.
Para todos os candidatos, um lembrete: é exigida
carteira nacional de habilitação, no mínimo, na categoria B para todos
os cargos.
Da Agência O Globo
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