quarta-feira, 13 de maio de 2015

Revolução Francesa

Por Cristiana Gomes
Pode se dizer que a Revolução Francesa  teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade contemporânea. revolucao francesaFoi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.
Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao clero).
Em 1789, a população da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado).
Clero
  • Alto clero (bispos, abades e cônicos)
  • Baixo clero (sacerdotes pobres)
Nobreza
  • Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes)
  • Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior)
  • Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos políticos e administrativos)
Povo
  • Camponeses
  • Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)
  • Média burguesia (profissionais liberais)
  • Pequena burguesia (artesãos e comerciantes)
  • Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este nome porque não usavam os calções curtos com meias típicos da nobreza.
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.
A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no campo, porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação da agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população sofria com a fome e a miséria.
Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da concorrência com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como conseqüência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número de famintos e marginalizados elevados.
Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza.
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e pressionaram o rei para convocar a Assembléia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.
OBS: A Assembléia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por integrantes dos três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e nobreza estavam sempre unidos, isso sempre somava dois votos contra um do povo.
Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também porque as eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego.
Em maio de 1789, após a reunião da Assembléia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo.
A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo (que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e o clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se revoltasse e saísse dos Estados Gerais.
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembléia Nacional Constituinte.
O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele. Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha".
O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.
No dia 26 de agosto de 1789 a Assembléia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
  • O respeito pela dignidade das pessoas
  • Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei
  • Direito à propriedade individual
  • Direito de resistência à opressão política
  • Liberdade de pensamento e opinião
Em 1790, a Assembléia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa determinação.
Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.
  1. Sair da França
  2. Lutar contra a revolução
Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos fugiram da França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à revolução.
Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembléia Constituinte.
Principais tópicos dessa constituição
  • Igualdade jurídica entre os indivíduos
  • Fim dos privilégios do clero e nobreza
  • Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
  • Proibição de greves
  • Liberdade de crença
  • Separação do estado da Igreja
  • Nacionalização dos bens do clero
  • Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam ameaçados). O objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que invadisse a França e restabelecesse a monarquia absoluta (veja Absolutismo na França).
Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de 1792).
Com a proclamação, a Assembléia Constituinte foi substituída pela Convenção Nacional que tinha como uma das missões elaborar uma nova constituição para a França.
Nessa época, as forças políticas que mais se destacavam eram as seguintes:
  • Girondinos: alta burguesia
  • Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei.
  • Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.
Mesmo com o apoio dos girondinos, Luís XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro de 1793. A morte do rei trouxe uma série de problemas como revoltas internas e uma reorganização das forças absolutistas estrangeiras.
Foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário (responsável pela morte na guilhotina de muitas pessoas que eram consideradas traidoras da causa revolucionária).
Esse período ficou conhecido como “Terror”, ou "Grande Medo", pois os não-jacobinos tinham medo de perder suas cabeças.
Começa uma ditadura jacobina, liderada por Robespierre. Durante seu governo, ele procurava equilibrar-se entre várias tendências políticas, umas mais identificadas com a alta burguesia e outras mais próximas das aspirações das camadas populares.
Robespierre conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.
Durante o governo dele vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo:
  • Direito ao voto
  • Direito de rebelião
  • Direito ao trabalho e a subsistência
  • Continha uma declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
Quando as tensões decorrentes da ameaça estrangeira diminuiram, os girondinos e o grupo da planície uniram-se contra Robespierre que sem o apoio popular foi preso e guilhotinado em 1794.
Após a sua morte, a Convenção Nacional foi controlada por políticos que representavam os interesses da alta burguesia. Com nova orientação política, essa convenção decidiu elaborar outra constituição para a França.
A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório (1795 - 1799). Neste período houve várias tentativas para controlar o descontentamento popular e afirmar o controle político da burguesia sobre o país.
Durante este período, a França voltou a receber ameaças das nações absolutistas vizinhas agravando a situação.
Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, provocou um golpe.
Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.
Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.

As Cruzadas

Por Antonio Gasparetto Junior
As Cruzadas foram movimentos militares cristãos em sentido à Terra Santa com a finalidade de ocupá-la e mantê-la sob domínio cristão. No século VII surgiu no Oriente Médio uma religião também monoteísta que conquistaria muitos adeptos com o passar do século. O Islamismo foi difundido através do profeta Maomé e o seu crescimento criaria grandes embates com o cristianismo. No final do século XI, a religião já havia se tornado grande o suficiente para clamar por seus lugares sagrados, que, no entanto, eram coincidentes com os lugares sagrados dos cristãos. A cidade de Jerusalém é o principal local sagrado para essas duas religiões monoteístas e também para o judaísmo. A ocupação da cidade e das regiões próximas que compõem a chamada Terra Santa foi motivo de muitos conflitos entre essas religiões na Idade Média e ainda é uma das causas da instabilidade no Oriente Médio.
Ilustração: bazzier / Shutterstock.com
Ilustração: bazzier / Shutterstock.com
O termo Cruzada não era conhecido na época em que ocorreram. Só foi assim nomeado porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo e se distinguiam pela cruz em suas roupas. Na época em que ocorreram, eram chamadas de peregrinação ou de guerra santa pelos europeus. No Oriente Médio, contudo, eram chamadas de invasões francas, em função da maioria dos cruzados serem provenientes do Império Carolíngio e de se autodenominarem francos.
O entorno do ano 1000 viu o significativo crescimento das peregrinações de cristãos a Jerusalém, pois eles acreditavam que o fim do mundo estava próximo e, por isso, faziam sacrifícios e buscavam as terras sagradas para evitar a eternidade no inferno. O mundo não acabou e os muçulmanos ocuparam cada vez mais a Terra Santa, criando grandes impedimentos para o trânsito de cristãos. A situação se agravou no decorrer do século XI e irritou os cristãos, que se reuniram para a primeira expedição militar que os levaria à Terra Santa para tentar expulsar os muçulmanos da região e devolvê-la aos cristãos. Entre os anos 1096 e 1270, muitas expedições foram organizadas para tentar reconquistar Jerusalém, porém os muçulmanos se mantiveram firme na região após vários conflitos.
Antes da primeira Cruzada organizada por nobres europeus, houve um movimento extra-oficial que ficou conhecido como Cruzada dos Mendigos ou Cruzada Popular. O monge Pedro reuniu uma multidão que incluía mulheres, velhos e crianças para atuar como guerreiros. A expedição até chegou ao Oriente, mas foi facilmente massacrada. A Primeira Cruzada oficial foi convocada pelo Papa Urbano II, que reuniu a nobreza europeia em 1095 para combater os infiéis que ocupavam a Terra Santa. No ano seguinte, os cruzados partiram para Jerusalém e tiveram sucesso, conquistando a Terra Santa, o principado de Antioquia e os condados de Trípoli e Edessa.
Algumas décadas depois, os muçulmanos conseguiram reconquistar a cidade de Edessa, o que motivou uma nova expedição, a segunda Cruzada, entre os anos 1147 e 1149. No entanto, não causou a mesma comoção da primeira e resultou em uma grave derrota, o que deixou profundo ressentimento no Ocidente. Mais décadas se passaram e, em 1187, o sultão Saladino obteve uma vitória esmagadora sobre os cristãos em Jerusalém, reconquistando a cidade para os muçulmanos. Em resposta, o Papa Gregório VIII convocou uma nova Cruzada, que ficou famosa pela participação de três importantes reis da Europa: Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra; Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano Germânico; e Felipe Augusto, da França. A Terceira Cruzada, que ocorreu entre os anos 1189 e 1192, mais uma vez, não resultou em vitória para os cristãos, mas o rei Ricardo Coração de Leão conseguiu assinar um acordo de paz com Saladino permitindo a peregrinação dos cristãos com segurança até Jerusalém.
No início do século seguinte, nova Cruzada foi convocada para atacar Constantinopla. A expedição ocorrida entre 1202 e 1204 tinha fins políticos que não receberam a aprovação do Papa Inocêncio III. A Quarta Cruzada deixou notáveis consequências política e religiosas porque enfraqueceu o Império Oriental e agravou o ódio entre a cristandade grega e latina. Poucos anos depois, em 1208, o mesmo papa convocou uma Cruzada contra os cátaros no Lanquedoc. O catarismo, doutrina que acreditava no dualismo, ou seja, na existência de um Deus bom e outro mal, era considerado uma heresia e seu crescimento incomodava muito a Igreja Católica. Séculos mais tarde, seus seguidores seriam perseguidos também pela Inquisição.
Um dos eventos mais curiosos envolvendo as Cruzadas certamente foi o de 1212. Na ocasião, crianças e adolescentes que acreditavam estarem possuídas do poder divino para reconquistar Jerusalém partiram em direção aos portos para embarcarem rumo à Palestina. A expedição que ficou conhecida como Cruzada das Crianças vitimou vários dos jovens ainda durante a viagem e os sobreviventes foram vendidos como escravos aos muçulmanos quando atracaram no porto de Alexandria. Calcula-se que 50 mil crianças tenham sido colocadas nos barcos da mais desastrosa das expedições cristãs.
Nova Cruzada oficial ocorreria entre os anos 1217 e 1221. Porém o fracasso não seria novidade. A quinta expedição não conseguiu nem mesmo superar as enchentes do Rio Nilo e acabou desistindo de seus objetivos de tomar uma fortaleza muçulmana no Egito. Poucos anos depois, a Sexta Cruzada, ocorrida entre 1228 e 1229, finalmente alcançou sucesso através da liderança de Frederico II. Este conseguiu obter a posse de Jerusalém, de Belém e de Nazaré para os cristãos por dez anos. No entanto, em 1244 os cristãos perderam o domínio dessas localidades novamente para os muçulmanos.
Entre 1248 e 1254, a Sétima Cruzada foi liderada pelo rei francês Luís IX que desembarcou para combate no Egito e recebeu a oferta de posse de Jerusalém, a qual recusou. Na continuidade dos conflitos, o rei foi aprisionado e seu resgate custou 500 mil moedas de ouro. Mas foi o mesmo rei que comandou a Oitava Cruzada em 1270. Só que ele faleceu devido à peste logo após desembarcar em Túnis, o que encerrou mais uma expedição. Uma Nona Cruzada ainda é descrita por alguns, embora muitos argumentem que tenha sido parte integrante da Oitava Cruzada. Após a morte do rei Luís IX, o príncipe Eduardo da Inglaterra teria comandado seus seguidores até o Acre (cidade em Israel) para combater os adversários nos dois anos seguintes. Mas, preparando-se para atacar Jerusalém, recebeu a notícia do falecimento de seu pai e decidiu retornar à Inglaterra para herdar seu trono de direito, encerrando a expedição e o turbulento século XIII.
As Cruzadas foram um fracasso em seu objetivo de conquistar a Terra Santa para os cristãos. Custaram muito caro para a nobreza europeia e resultaram em milhares de mortes. No entanto, essas expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Elas causaram o enfraquecimento da aristocracia feudal, fortaleceram o poder real e possibilitaram a expansão do mercado. A civilização oriental contribuiu muito para o enriquecimento cultural europeu, promovendo desenvolvimento intelectual. Nunca mais Jerusalém foi dominada pelos cristãos, mas as movimentações ocorridas no trajeto para a Terra Santa expandiram os relacionamentos com o mundo conhecido na época.
Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4
MAALOUF, Amin. As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, 2001.
WILLIAMS, Paul. O guia completo das cruzadas. São Paulo: Madras, 2007.

Primeira Guerra Mundial

Por Cristiana Gomes
O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranqüilidade estavam presentes graves problemas econômicos.
Soldados franceses atacam alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Foto de 1917.
Soldados franceses atacam alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Foto de 1917.
O mundo encontrava-se dividido e submisso às grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas áreas de dominação econômica e política.
A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores a combustão.
As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.
A competição capitalista estimulou o crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras. Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes ficaram maiores ainda.
Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério, algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores.
Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios) precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda de seus respectivos governos.
Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.
Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira Grande Guerra.
O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:
  1. Investimento de capital no estrangeiro
  2. Domínio econômico de um país sobre o outro
Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”).
No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda.
Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro.
Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado, essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Como conseqüência, a França foi obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.
A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.
Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra.
Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da guerra.
  • A construção da estrada de ferro Berlin-Bagdá: sua construção colocaria à disposição da Alemanha os lençóis petrolíferos do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as rotas de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
  • Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos (poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros, croatas...)
  • Nacionalismo da Sérvia
  • Conflitos originários da decadência do Império Turco
  •  A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias de outros países, já que não havia mais quase locais para serem dominados
  • Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam essa área
  • Primeira e segunda Guerra Balcânica
Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:
  • Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia)
  • Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)
A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:
  1. Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o conflito
  2. Guerra de Trincheiras: consistia na construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.
  3. Ofensivas
Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e algumas colônias.
Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães:
Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de Verdun (600 mil mortos).
Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).
Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares).
Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra.
Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha.
Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”.
Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se retiraram do conflito.
Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra.
Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.
Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.
O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:
  • A Alemanha perdeu suas colônias
  • Ficou proibida de ter forças armadas
  • Foi considerada culpada pela guerra
  • Teve que pagar uma indenização aos “vencedores”
Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise econômica de sua história.
Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma república democrática e esse período foi chamado de “República de Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder impondo um regime ditatorial.
Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9 milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram mutilados.
Além dessas, a guerra também trouxe outras sérias consequências.
  • Famílias destruídas e crianças órfãs
  • Os EUA tornaram-se o país mais rico do mundo
  • O império Austro-Húngaro se fragmentou
  • Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de outros
  • O império turco após 200 anos de decadência se dividiu
  • Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça); porém, pouco tempo depois ela fracassou
  • O desemprego aumentou na Europa
Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era mais a mesma. Dentre as principais mudanças estão:
  • presidentes no lugar de príncipes, automóveis circulando pelas ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus
  • O cinema e o rádio também começaram a se expandir
  • As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-se mais livres
Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um novo século.
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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Últimos dias para se inscrever no Programa de Trainee Industrial da Ambev

As inscrições para o Programa de Trainee 2015 da Ambev terminam nesta sexta-feira (08). Os interessados devem se inscrever por meio do site www.queroserambev.com.br. Não há limites de vagas no processo seletivo e o salário dos trainees, que já entram na companhia como funcionários, será de R$5.200.
Podem se inscrever recém-formados nos cursos de engenharia, química, farmácia, agronomia, biologia, ciências da alimentação, biotecnologia e demais cursos relacionados de qualquer parte do Brasil. O processo de seleção analisa aptidões como habilidade para negociação e gerenciamento de pessoas, interesse por desenvolvimento de novas tecnologias, capacidade de liderança, visão empreendedora, disponibilidade para viagens e mudanças de cidade, estado ou país e inglês fluente.
O programa investe em treinamento específico fabril e vai treinar os futuros gerentes de meio ambiente, gerentes de qualidade, de processo e de engenharia e mestres cervejeiros. O mestre cervejeiro, por exemplo, não é apenas degustador dos produtos da companhia. O profissional é responsável por garantir o rígido cumprimento dos padrões de qualidade das cervejarias. Ele também avalia todos os insumos e matérias-primas, observando questões como transporte e armazenagem.
Além das cervejarias, a companhia direciona também os trainees para suas operações verticalizadas. Estão no grupo plantas como a de Maués (AM), que produz o extrato de Guaraná, Ambev Vidros (RJ), que fabrica garrafas, e as maltarias no Rio Grande do Sul, que produzem um dos principais ingredientes das cervejas, o malte.
A companhia busca profissionais que tenham proatividade, dinamismo, capacidade analítica, senso de priorização e organização, espírito empreendedor, liderança, adaptabilidade e que gostem de desafios. Terão a missão de desenvolver projetos de melhoria em sua área de atuação, contribuindo para o crescimento da companhia, com autonomia para execução das atividades de rotina, contando com o suporte da equipe e dos gestores da área. Terá o desafio de contribuir de forma real com o negócio e será reconhecido de acordo do o seu desempenho. Mais do que profissionais de futuro, a companhia busca profissionais que possam mudar o futuro. Uma vez aprovados, os trainees tornam-se imediatamente funcionários efetivos da companhia.
Na edição de 2014, o programa teve mais de 32 mil candidatos inscritos. “O Programa Trainee Industrial foi criado há cinco anos e notamos que, após o programa, aumentamos ainda mais o nível de excelência nos processos industriais da companhia. Buscamos jovens que têm brilho no olho e que estejam alinhados à nossa cultura”, afirma Renato Biava, diretor de desenvolvimento de gente da Ambev.
Neste ano, a companhia apostou na tecnologia e lançou um portal mais moderno e interativo para os candidatos. O novo site reúne informações de todos os programas além de notícias, dicas e depoimentos de funcionários. Outra novidade é o lançamento #queroserambev. Ao acessar o link da hashtag, o usuário encontrará um feed de publicações sobre os programas da Ambev e assuntos relacionados.
Processo seletivo
O Processo Seletivo é totalmente conduzido pela companhia, que dá todo o suporte necessário aos candidatos. Após o término das inscrições, os candidatos selecionados, passarão por teste online de português, inglês e raciocínio lógico; dinâmicas de grupo – que ocorrerão por todo o país – entrevistas individuais, painel de negócios e painel final com presidente e vice-presidentes da companhia. O treinamento começa em agosto deste ano e, além do salário inicial de R$ 5.200, os trainees receberão benefícios como assistência médica, assistência odontológica, seguro de vida, previdência privada, vale refeição, vale transporte, abono assiduidade, entre outros.
O período de inscrições para este modelo de treinamento é aberto sempre no primeiro semestre, e é focado em cursos específicos. Anualmente, sempre no segundo semestre, a Ambev também abre inscrição para outro programa de trainee, o chamado Programa de Trainee Ambev. Com mais de 20 anos de existência, este modelo de treinamento seleciona jovens para atuarem em todas as áreas da empresa. O período de inscrições para a próxima edição será anunciado pela companhia a partir de julho.

Carla França

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Marinha abre inscrição para Colégio e Escola Naval

O sonho de uma carreira naval pode estar muito próximo. Isso porque a Diretoria de Ensino da Marinha deu início ao período de inscrição de dois concursos públicos, totalizando a abertura de 273 vagas. Desta quantidade, 230 vagas são destinadas ao ingresso de alunos no Curso de Preparação de Aspirantes do Colégio Naval (CN) e 43 vagas para ingresso de alunos nos Cursos de Graduação da Escola Naval (EN).
Em ambos os casos, a admissão se dá por meio de Concurso Público nacional e o período de inscrição, que começou no dia 28 de abre, segue até o dia 15 de junho. Informações completas sobre os dois concursos e as inscrições devem ser verificadas no site da DEnsM: www.ingressonamarinha.mar.mil.br ou em um dos Postos de Inscrição da Marinha.
Para concorrer a uma das vagas do Colégio Naval, o candidato deve ser do sexo masculino, ter 15 anos completos e menos de 18 anos de idade e ter concluído o 9º ano do Ensino Fundamental, ou estar em fase de conclusão. O período de inscrição irá até 15 de junho de 2015 e os candidatos realizarão prova de Matemática, Estudos Sociais, Ciências, Português e Redação.
Já para a Escola Naval,o Edital traz 31 vagaspara o sexo masculino e 12 para o sexo feminino (estas especificamente para o Corpo de Intendentes da Marinha). Os candidatos devem ser brasileiros, ter 18 anos completos e menos de 23anos, ter concluído o Ensino Médio ou estar em fase de conclusão. Os candidatos farão provas objetivas de Matemática, Inglês, Português, Redação e Física.
Os aprovados em todas as etapas do processo de ingresso ao Colégio Naval estudarão em regime de internato pelo período de três anos letivos, localizado em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Já os aprovados para a Escola Naval estudarão na cidade do Rio de Janeiro.

TN