sexta-feira, 13 de abril de 2012

Ler é fundamental e quem "aprende a ler" é aprovado com maior facilidade.


Um leitor sugeriu e aí vai. 
 
A maior parte dos concursos hoje em dia, especialmente no âmbito federal exigem uma grande habilidade na leitura e essa habilidade está ao alcance de qualquer pessoa, basta querer, basta ler (muito) e com qualidade de leitura.
Para ser um bom leitor, é preciso dominar certas habilidades, pois o entendimento da mensagem exige que se considere a intenção do autor, a significação vocabular, as relações de articulação entre as partes do texto.
Vejamos algumas dessas habilidades.

1. Ter domínio de vocabulário.
O examinador pode até perdoar o fato de você não saber o que é anadiplose (para não correr o risco - quem quer brincar com a sorte? - eis o significado: repetição de uma palavra na frase ou verso que imediatamente se lhe segue), mas é inaceitável não conhecer a semântica de termos como sufrágio, irreelegibilidade ou escrutínio.

2. Saber diferenciar fato de opinião.
Se o indivíduo não tem essa habilidade, então é melhor nem ler jornais ou revistas semanais. Imagine uma questão de direito administrativo que peça a alternativa correta. Uma das alternativas é: "A eficiência é o mais importante princípio da Administração Pública". Ora, você precisa entender que está diante de uma frase opinativa, que não pode, por isso mesmo, ser objetivamente julgada como certa.

3. Identificar os termos referenciais e seus referentes.
Você se depara com a seguinte afirmação na prova: "Promoção difere de progressão: esta é a passagem do servidor do último padrão de uma classe ou categoria, para o primeiro padrão da classe ou categoria imediatamente superior, de sua Carreira Funcional; aquela, a passagem do servidor para o padrão imediatamente superior dentro da classe ou categoria atual, de sua Carreira Funcional. A afirmação está errada, mas para saber disso você precisa não só conhecer a lei, mas também os referentes dos pronomes esta (progressão) e aquela (promoção). Só depois de entender os mecanismos de coesão, você pode usar de seu conhecimento na área de direito administrativo.

4. Reconhecer as relações de sentido estabelecidas pelos operadores sequenciais.
Vai fazer redação? Então encare o seguinte tema: A qualidade da democracia aumenta na medida em que a população se escolariza. O que você faria: desenvolveria a relação de proporcionalidade entre escolarização da população e qualidade da democracia? Ou discorreria sobre por que a escolarização influencia a qualidade da democracia? Acerta quem opta pela relação de causa (e não de proporcionalidade), já que a locução conjuntiva na medida em que introduz oração causal.

5. Depreender informações implícitas.
Se em um item da prova de português o examinador afirmar "As orações adjetivas que funcionam como adjuntos adnominais classificam-se em explicativas ou restritivas.", o que você  faz? Procure ler as entrelinhas para entender as informações implícitas. Nessa frase, a oração adjetiva "que funcionam como adjuntos adnominais" tem natureza restritiva, visto que não está isolada da oração principal por pontuação. Isso estabelece o pressuposto de que há orações adjetivas que não exercem a função de adjunto adnominal e que há no mínimo mais uma classificação dessas orações (além de explicativas e restritivas). Sabemos que esse pressuposto está incorreto, não é mesmo? Todas as orações adjetivas são adjuntos adnominais de um substantivo ou pronome substantivo da oração principal.
Esses são exemplos de habilidades necessárias ao leitor competente. Como são adquiridas (e não natas) há modos de você se instrumentalizar para desenvolvê-las. Parafraseando Simone de Beauvoir: ninguém nasce leitor, torna-se leitor. Boas leituras e boas provas!


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