terça-feira, 19 de março de 2013

Material dos aulões - 9º ano



Esse negócio de ser diferente faz parte da normalidade, a moda agora é FAZER A DIFERENÇA.

 Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
Mas no fundo isso não tem muita importância.
O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." ( Shakespeare )

Verbo Fazer
De uns tempos pra cá, o verbo fazer virou praga. É um tal de fazer aula, fazer erros, fazer faltas, fazer mortes e por aí vai. Valha-nos, Deus! Que os olhos se abram para a propriedade vocabular. Fazer, que tem mais o que fazer, não substitui cometer, praticar, ter. Melhor dar a César o que é de César: cometer erros, cometer faltas, ter aulas, assistir a aulas, causar mortes, provocar mortes

Carece líderes? Carece de líderes?
Moçada, olho nas afinidades! Carecer pertence à gangue de precisar e necessitar. Os três pedem a preposição de: O partido carece de líderes. O trabalhador precisa de oportunidades. Necessito de mais tempo para concluir a pesquisa.

Carioca? Fluminense?
"Ah, que preguiça!", repete Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. O personagem de Mário de Andrade não nasceu do nada. Inspirou-se na língua. Nós, falantes, adoramos apelar para a lei do menor esforço. Daí por que generalizamos. É o caso de carioca. Sem cerimônia, englobamos no trissílabo os moradores do estado do Rio. Nada feito. Carioca se refere à cidade do Rio de Janeiro. Fluminense, ao estado. O mesmo vale para paulistano e paulista. Paulistano é o carioca de São Paulo. Paulista, o fluminense.

Carrossel? Carroussel?
Atenção, apressado! Não caia na supercorreção. Carrossel, como bandeja e beneficência, costumam ser brindados com uma vogal a mais. A letrinha torna-os pesados. Xô! Escreva carrossel, bandeja, beneficência. O plural? Carrosséis, bandejas, beneficências.

Cateter? Cateter?
Acredite. O tubo fino e oco introduzido no corpo para medir pressão, aplicar ou eliminar substâncias e desobstruir estruturas, é palavra oxítona. Escreve-se sem acento. O plural? É cateteres sim, senhores e senhoras.

Nós freamos? Nós freiamos?
O sufixo formador de verbos é ear. Não existem, por isso, verbos terminados em -eiar. Daí passear, cear e frear. Conjugação: eu freio (passeio, ceio), ele freia (passeia, ceia), nós freamos (passeamos, ceamos), eles freiam (passeiam, ceiam); eu freei (passeei, ceei), ele freou (passeou, ceou), nós freamos (passeamos, ceamos), eles frearam (passearam, cearam); que eu freie (passeie, ceie), que ele freie (passeie, freie), que nós freemos (passeemos, ceemos), que eles freiem (passeiem, ceiem).

E por aí vai.

Cela? Sela?
Bento XVI se recolherá a uma cela de convento? Ou se recolherá a uma sela do convento? Ops! As duas palavras soam do mesmo jeitinho. Mas se escrevem com letras diferentes. Guarde isto: cela é aposento, quarto de dormir pequeno, quarto de penitenciária. Sela, arreio de cavalo. É também forma do verbo selar: eu selo, ele sela.

Censo? Senso?
Eis outra dupla homófona -- soa como se fosse uma só palavra. Mas não é. Censo é recenseamento (censo demográfico). Senso é juízo, capacidade de julgar, avaliar, sentir: bom senso, senso moral, senso de humor, senso artístico, senso do ridículo.

Maus caráteres? Maus caracteres?
Acredite. Caráter tem plural. É caracteres: político de bom caráter, os bons caracteres; mau caráter, maus caracteres.

Nenhum comentário :

Postar um comentário