quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Quem "foi" "é" JUDAS ISCARIOTES?



Dificilmente poderíamos falar em Judas Iscariotes sem o olhar acusador e repugnante de quem observa ao longe o autor, inventor, criador da traição, do ato de covardemente apunhalar, trair, vender seu amigo, mentor e protetor. Não nos é fácil imaginar um plano maior, um objetivo mais amplo visando um resultado final pré-estabelecido. Bondade, maldade, objeto?

Judas Iscariotes foi escolhido como um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, sendo apresentado, na listagem dos seus nomes, sempre em último lugar (Mateus 10:2-4; Marcos 3:16-19; Lucas 6:13-16). Mais tarde, ele tornou-se infiel e iníquo, conforme apresentado no Novo Testamento. Era o encarregado da bolsa do dinheiro dos apóstolos: «tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava» (João 12:6). Teria demonstrado exteriormente a sua fraqueza na cena da unção com óleo perfumado em Betânia, onde testemunhou que estava mais apegado ao dinheiro do que propriamente aos gestos concretos com que Jesus demonstrava a sua missão (João 12:1-6). Traiu seu amigo e o abandonou em um momento importante, o deixando jogado às traças e ao vício para todo o sempre. Após retirá-lo de um período de paz e comunhão espiritual em todos os aspectos de vida, e jogá-lo em um mundo perdido.
Embora os Evangelistas digam claramente que «Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar» (João 6:64) e tivesse sido, de algum modo, aduzido e predito, caso se leia o Salmo 55 como uma referência ao que viria a suceder com Jesus, que o traidor seria um "amigo íntimo" - «Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado […] Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo» (Salmos 55:12-13) -, há muitos que contestam se Judas estava ou não predestinado a ser o traidor.

Judas entregou Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26:15 - Mateus 27:3). Esse era o preço de um escravo (Êxodo 21:32). De acordo com o autor do Evangelho de Mateus, os principais sacerdotes decidiram não colocar essas moedas no tesouro do Templo de Jerusalém, mas, em vez disso compraram um terreno no exterior da cidade para sepultar defuntos (Mateus 27:6-7). Segundo Zacarias, profeta do Antigo Testamento, a vida e o ministério do prometido Messias (ou Cristo) seria avaliado em 30 moedas de prata (Zacarias 11:12-13). Isto significava que, segundo a leitura dos acontecimentos feita pelo evangelista Mateus, os líderes religiosos judaicos foram induzidos a avaliar a vida e ministério de Jesus de Nazaré como dotada de bem pouco valor.

A motivação da sua ação é justificada ou explicada, nos Evangelhos, de diferentes modos. Assim, nos Evangelhos mais antigos, os de Mateus e de Marcos, tal deveu-se à sua avareza (Mateus 26:14-16; Marcos 14:10-11). Já nos Evangelhos de Lucas e de João o seu procedimento é subordinado à influência direta de Satanás (Lucas 22:3; João 13:2-27) sobre as suas ações.

Somos filhos de uma nação historicamente cristã, então é perfeitamente normal essa visão do bandido covarde e traiçoeiro que sem nenhuma razão compreensível traiu quem o ajudou, protegeu, amparou e salvou. Em uma visão mais racional e lógica (mas religiosa), ele seria apenas alguém usado para que Deus em sua infinita sabedoria cumprisse seu objetivo que era salvar o homem do seu estado de miséria. Se não houvesse o traidor, não aconteceria a morte do Cristo e sem esse sangue remidor não haveria purificação, perdão, salvação. Olhando assim, não se culpa muito Judas, pois o mesmo seria apenas um instrumento usado por Deus para atingir um fim maior – a sua salvação -.

Cada um decide sobre que ótica irá observar o passado e um dos principais acontecimentos do cristianismo.

Pensando nisso e guardando as devidas proporções, sem comparativos celestiais ou salvadores, até porque não é possível traçar paralelos, fico aqui a matutar se os Judas atuais estariam cumprindo um propósito “divino” ou apenas sendo covardes traidores e mentirosos que venderam a alma, a decência, a honra em troca das “moedas” atuais que já não são os dracmas ou os “mirreis” e sim promessas mirabolantes que na grande maioria são impossíveis de serem cumpridas. 30 moedas... A tragédia que seguiu-se a isso é bem conhecida.

Sou favorável e defensor da liberdade. Liberdade expressa com atitudes verdadeiras, sem subterfúgios. Declarar amizade e respeito a alguém e vendê-lo covardemente não é atitude de seres livres e pensantes. Admiro e respeito meus adversários declarados, aqueles que torcem pela sua bandeira, pelo seu time e o declaram de forma digna e verdadeira. Não posso respeitar aqueles que vestem a camisa e declaram amor a o time adversário com o único objetivo de angariar benefícios próprios e isso é fazê-lo de forma escusa.  

Aos Judas modernos (que tenham sido usados por Deus ou por sua própria covardia), meu pesar, uma vez que o mal por si próprio é destruído.



Valfran, enciclopédias e Bíblia

Um comentário :

  1. boa noite meu amigo, cada palavra aqui descrita é de uma forma clara e objetiva do feito que realmente ocorreu, gente que se vendeu e traiu aquele que durante tempo ajudou, fico triste pois votei sim em AZEVEDO, e sou funcionário, mais jamais iria trocar favores por emprego, sabendo que preciso, mais eu analiso, seja na vitoria ou na derrota sempre irei honra aquele que tanto me ajudou. Pois perdemos sim uma batalha mais nao a guerra, e nao tenho vergonha em dizer que votei em AZEVEDO, só porque ele perdeu, tenho é vergonha de vê amigos que foi ajudado e na hora traiu.

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