O concurso para a Controladoria Geral da União (CGU) será bastante
procurado, o que exigirá dos candidatos muito preparo. São 250 vagas,
para as áreas administrativa, de correição, comunicação social,
auditoria e fiscalização, tecnologia da informação, e prevenção e
ouvidoria, com salários de R$ 12.960,77. Do total, 230 vagas são para
Brasília e as outras estão distribuídas por Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia e Roraima. Para poder concorrer, o candidato precisa possuir
graduação de nível superior em qualquer área de formação. As inscrições
já estão encerradas e as provas devem acontecer nos dias 16 e 17 de
julho.
Haverá prova de conhecimentos básicos e específicos, com
conteúdos comuns para todos os cargos, e especializados, além de
discursiva. Segundo os especialistas, é importante ler com atenção o
edital e verificar o que será exigido, já que, de acordo com a
especialidade, podem ser cobrados conhecimentos de engenharia, TI ou
disciplinas de direito, além das comuns a todas as áreas.
Com um
mês de estudos pela frente até o dia do exame, os concursandos devem
começar fazendo um bom planejamento. De acordo com Alexandre Prado,
diretor do Concurso Virtual, a matéria de Controle Externos é uma das
mais importantes para quem tenta uma vaga na CGU, e é preciso ter muita
atenção na preparação para a prova discursiva. Ele aconselha que o
candidato dê atenção à Constituição da República, em especial aos
artigos 70 a 75 e ao 74 e seus incisos. Ele lembra que há conceitos,
como o das modalidades de auditoria, que são diferentes para o TCU, para
a CGU e para o setor privado, e precisam ser estudados com atenção:
—
Por se tratar de uma matéria com muitos textos e cheia de detalhes, é
importante ficar atento aos enunciados das questões para evitar cair em
"pegadinhas". Ler e reler com cuidado os enunciados é muito importante.
Às vezes, só uma palavrinha ou uma vírgula transforma o certo em errado,
e vice-versa.
Professora de direito constitucional da Academia
do Concurso, Karina Jaques lembra que a prova preparada pela banca da
Escola de Administração Fazendária (ESAF) é muito difícil, com questões
bem doutrinárias e muitas vezes citando autores não tão conhecidos. O
conteúdo programático é extenso e com muitos tópicos de "Teoria Geral da
Constituição" e doutrina do Direito Constitucional.
— Portanto,
quem pretende fazer a prova da CGU deve fazer leitura de doutrina, além
do estudo do texto constitucional. É imprescindível estudar a teoria da
supremacia da Constituição e o controle de constitucionalidade, pois é
um assunto muito cobrado em provas da ESAF. O candidato deve saber que,
com a diversidade de assuntos cobrados no edital, o elaborador pode
dificultar as questões de Constitucional.
Segundo a professora,
temas ligados à teoria geral da Constituição, Controle de
Constitucionalidade e Supremacia Constitucional, além dos tópicos
relacionados aos sistemas de controle interno e externo, são boas
indicações de estudo.
Dentre os tópicos de direito administrativo
cobrados no edital, o professor de direito administrativo da Academia
do Concurso, João Lasmar, destaca aqueles que acredita ter mais chances
de cair na prova: ATOS (Elementos, Atributos, Formas de Extinção, e
Convalidação), Lei 8.112/90 (Provimentos e Vacâncias, Processo
Disciplinar, Licenças), Licitação (Tipos, Modalidades, Inexigibilidade e
dispensa), Contratos (Características, Prazos, Teoria da Imprevisão),
Processos Administrativos (Impedimentos, Suspeição, Recursos, Revisão,
Legitimados), e Serviços Públicos (Formas de Extinção, Diferenças entre
Concessões, Permissões e Autorizações).
Segundo ele, a banca ESAF
é bastante literal e as “pegadinhas” são em cima das leis, com a troca
de palavras e da posição das vírgulas, por exemplo, para mudar o sentido
da frase.
Um conselho comum dado pelos especialistas é que os
candidatos reservem um tempo de estudo para treinar questões de provas
anteriores elaboradas pela ESAF, principalmente as mais recentes, para
que o candidato conheça o estilo e o modo que a organizadora elabora as
questões.
— É preciso se familiarizar com a linguagem desta banca, que é bem diferente das demais — ressalta Karina.
Ao
tomar como referência as provas anteriores, é importante também que o
candidato observe as diferenças no conteúdo exigido. Para esta seleção,
não será preciso, por exemplo, resolver as questões de conhecimentos
gerais, já que a disciplina não consta no edital.
Confira outras dicas dos especialistas para o concurso da CGU:
Português
- As questões de interpretação de texto normalmente são muito extensas e
tomam boa parte do tempo reservado para a prova, diz Marcelo Rosenthal,
da Academia do Concurso. Nas questões reservadas para gramática,
segundo o professor, há preferência para assuntos que podem gerar erro,
como concordância verbal e nominal e regência. O candidato também deve
estudar matérias como colocação pronominal, uso da crase, pontuação e
ortografia. Pelo histórico das provas da Esaf, aconselha o professor, o
candidato não precisa estudar fonologia, assunto que raramente cai,
assim como complementos e adjuntos, já que, pelo menos até o momento,
não foram cobrados em questões de outras provas da banca.
Segundo
Rosenthal, como a prova desta banca costuma ser longa, o candidato não
deve perder muito tempo lendo os textos detalhadamente. Há questões que
podem ser respondidas somente a partir do enunciado, diz ele:
— Como a prova é muito grande, o candidato tem que buscar atalhos para chegar à resposta de forma mais rápida.
Inglês
- Além do português, a língua inglesa é uma das disciplinas a ser
enfrentada por aqueles que se inscreveram no concurso da CGU. Em se
tratando de ESAF, é fundamental que o candidato tenha acesso a textos
técnicos, aconselha Leila Eto, professora de inglês para concursos. Uma
dica é a leitura de artigos em sites das revistas The Economist e
Newsweek, que são utilizados de forma recorrente pela banca examinadora
como fonte de extração de seus textos.
Quando o assunto é
gramática, o candidato não deve deixar de estudar phrasal verbs e o uso
de antônimos e sinônimos. Outro tópico relevante é o estudo de linking
words.
— Trabalhe com a tradução de textos, fazendo uso de um bom dicionário — finaliza Leila.
Da Agência O Globo
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