quinta-feira, 17 de maio de 2012

O concurso para a Controladoria Geral da União (CGU) será bastante procurado, o que exigirá dos candidatos muito preparo. São 250 vagas, para as áreas administrativa, de correição, comunicação social, auditoria e fiscalização, tecnologia da informação, e prevenção e ouvidoria, com salários de R$ 12.960,77. Do total, 230 vagas são para Brasília e as outras estão distribuídas por Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Para poder concorrer, o candidato precisa possuir graduação de nível superior em qualquer área de formação. As inscrições já estão encerradas e as provas devem acontecer nos dias 16 e 17 de julho.

Haverá prova de conhecimentos básicos e específicos, com conteúdos comuns para todos os cargos, e especializados, além de discursiva. Segundo os especialistas, é importante ler com atenção o edital e verificar o que será exigido, já que, de acordo com a especialidade, podem ser cobrados conhecimentos de engenharia, TI ou disciplinas de direito, além das comuns a todas as áreas.

Com um mês de estudos pela frente até o dia do exame, os concursandos devem começar fazendo um bom planejamento. De acordo com Alexandre Prado, diretor do Concurso Virtual, a matéria de Controle Externos é uma das mais importantes para quem tenta uma vaga na CGU, e é preciso ter muita atenção na preparação para a prova discursiva. Ele aconselha que o candidato dê atenção à Constituição da República, em especial aos artigos 70 a 75 e ao 74 e seus incisos. Ele lembra que há conceitos, como o das modalidades de auditoria, que são diferentes para o TCU, para a CGU e para o setor privado, e precisam ser estudados com atenção:

— Por se tratar de uma matéria com muitos textos e cheia de detalhes, é importante ficar atento aos enunciados das questões para evitar cair em "pegadinhas". Ler e reler com cuidado os enunciados é muito importante. Às vezes, só uma palavrinha ou uma vírgula transforma o certo em errado, e vice-versa.

Professora de direito constitucional da Academia do Concurso, Karina Jaques lembra que a prova preparada pela banca da Escola de Administração Fazendária (ESAF) é muito difícil, com questões bem doutrinárias e muitas vezes citando autores não tão conhecidos. O conteúdo programático é extenso e com muitos tópicos de "Teoria Geral da Constituição" e doutrina do Direito Constitucional.

— Portanto, quem pretende fazer a prova da CGU deve fazer leitura de doutrina, além do estudo do texto constitucional. É imprescindível estudar a teoria da supremacia da Constituição e o controle de constitucionalidade, pois é um assunto muito cobrado em provas da ESAF. O candidato deve saber que, com a diversidade de assuntos cobrados no edital, o elaborador pode dificultar as questões de Constitucional.

Segundo a professora, temas ligados à teoria geral da Constituição, Controle de Constitucionalidade e Supremacia Constitucional, além dos tópicos relacionados aos sistemas de controle interno e externo, são boas indicações de estudo.

Dentre os tópicos de direito administrativo cobrados no edital, o professor de direito administrativo da Academia do Concurso, João Lasmar, destaca aqueles que acredita ter mais chances de cair na prova: ATOS (Elementos, Atributos, Formas de Extinção, e Convalidação), Lei 8.112/90 (Provimentos e Vacâncias, Processo Disciplinar, Licenças), Licitação (Tipos, Modalidades, Inexigibilidade e dispensa), Contratos (Características, Prazos, Teoria da Imprevisão), Processos Administrativos (Impedimentos, Suspeição, Recursos, Revisão, Legitimados), e Serviços Públicos (Formas de Extinção, Diferenças entre Concessões, Permissões e Autorizações).

Segundo ele, a banca ESAF é bastante literal e as “pegadinhas” são em cima das leis, com a troca de palavras e da posição das vírgulas, por exemplo, para mudar o sentido da frase.

Um conselho comum dado pelos especialistas é que os candidatos reservem um tempo de estudo para treinar questões de provas anteriores elaboradas pela ESAF, principalmente as mais recentes, para que o candidato conheça o estilo e o modo que a organizadora elabora as questões.

— É preciso se familiarizar com a linguagem desta banca, que é bem diferente das demais — ressalta Karina.

Ao tomar como referência as provas anteriores, é importante também que o candidato observe as diferenças no conteúdo exigido. Para esta seleção, não será preciso, por exemplo, resolver as questões de conhecimentos gerais, já que a disciplina não consta no edital.

Confira outras dicas dos especialistas para o concurso da CGU:

Português - As questões de interpretação de texto normalmente são muito extensas e tomam boa parte do tempo reservado para a prova, diz Marcelo Rosenthal, da Academia do Concurso. Nas questões reservadas para gramática, segundo o professor, há preferência para assuntos que podem gerar erro, como concordância verbal e nominal e regência. O candidato também deve estudar matérias como colocação pronominal, uso da crase, pontuação e ortografia. Pelo histórico das provas da Esaf, aconselha o professor, o candidato não precisa estudar fonologia, assunto que raramente cai, assim como complementos e adjuntos, já que, pelo menos até o momento, não foram cobrados em questões de outras provas da banca.

Segundo Rosenthal, como a prova desta banca costuma ser longa, o candidato não deve perder muito tempo lendo os textos detalhadamente. Há questões que podem ser respondidas somente a partir do enunciado, diz ele:

— Como a prova é muito grande, o candidato tem que buscar atalhos para chegar à resposta de forma mais rápida.

Inglês - Além do português, a língua inglesa é uma das disciplinas a ser enfrentada por aqueles que se inscreveram no concurso da CGU. Em se tratando de ESAF, é fundamental que o candidato tenha acesso a textos técnicos, aconselha Leila Eto, professora de inglês para concursos. Uma dica é a leitura de artigos em sites das revistas The Economist e Newsweek, que são utilizados de forma recorrente pela banca examinadora como fonte de extração de seus textos.

Quando o assunto é gramática, o candidato não deve deixar de estudar phrasal verbs e o uso de antônimos e sinônimos. Outro tópico relevante é o estudo de linking words.

— Trabalhe com a tradução de textos, fazendo uso de um bom dicionário — finaliza Leila.

Da Agência O Globo

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