quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"O MEUS PAÍS", como diria Zé Ramalho.



Não é fácil ser gestor, seja em que escala for. Outra vez conversando com o Sr. José Azevedo, prefeito por quatro mandatos ele mencionou o seguinte: “Valfran, pra ser prefeito não deveria haver eleição e sim concurso público”. Completando: deveria haver alguns pré-requisitos como ser administrador por formação, ficha limpa e de uma reputação ilibada, uma vez que iria gerir recursos do povo com a finalidade de devolvê-los ao povo em forma de serviços. Creio que isso é utópico, pois sou filho de um país onde deputado preso por corrupção é ovacionado, não fica preso, necessita de cuidados especiais tal qual comer salmão, desafia a  instituição máxima da justiça brasileira, debocha do presidente do STF com gestos, diante de toda uma nação, um país onde o seu governante de maior expressão vive as voltas com acusações de corrupção, filhos acusados de usarem o poder conferido ao pai para enriquecer ilicitamente, uma nação cujo partido político que a comanda reinventa a “arte” de burlar a lei, corrompendo, sendo corrupto e atropelando seus opositores como um trator desgovernado (muito bem governado). Sou filho de uma das nações que mais cobram impostos e que menos presta serviço público de qualidade, uma nação que prefere criar programas fantásticos que aparecem aos olhos do mundo e pouco ajudam o povo do que investir em suas universidades, suas escolas de Ensino Infantil. Em que nação um deputado é condenado, preso e continua recebendo seu salário? Quando vem a ameaça de perder o cargo, passa a receber aposentadoria como prêmio por sua bandidagem? Há quem diga que são heróis, mas biografia não justifica bandidagem. Estamos bem, uma presidente demagoga, uma governadora incompetente e inerte e um governo municipal descompromissado com o sentido de administrar para o povo. Desde os primórdios a questão de não educar sempre passou pelo pensamento do medo, pois um povo educado é um povo que tem maior capacidade de questionar, de escolher melhor. Acredito que a justiça brasileira seja o único pilar ainda não totalmente desmoralizado e corrompido (tivemos alguns vários escândalos no judiciário, mas nada que se compare ao executivo e legislativo. Embora não devesse haver nenhum), especialmente pelas atitudes de alguns juízes do supremo que nos encheram de orgulho. Horrível isso, eu sentir orgulho por um funcionário público cumprir seu dever, mas é que nos acostumamos com o contrário. Confio que essa justiça seja serena e defenda realmente aqueles que necessitam do mínimo e básico para viver com dignidade. Educação é um direito básico das crianças e adolescentes e escolas serem obrigadas a fechar as portas porque falta recursos para abastecer transportes públicos é um absurdo, pois são ônibus novos que estão parados e alunos sem aulas. Não importa se esses alunos são de escolas do Estado, da rede privada ou de onde quer que sejam, é necessário providenciar seu translado, seja em dezembro, janeiro, fevereiro ou qualquer dia em que a escola esteja funcionando. Não existe recursos? O papel do gestor  é esse, captar recursos para atender as necessidades prementes de seu povo e se tal gestor é incompetente ao ponto de não conseguir demandar recursos para transportar alguns poucos alunos durante duas semanas, mostra que foi uma escolha errada, pois o mesmo considera que esse investimento em educação não é válido e olha que estamos falando apenas em transporte de alunos. Sim, mas os alunos são da rede estadual, então justifica-se trabalhar contra o seu desenvolvimento intelectual?. Vejo que na verdade estamos reféns de um sistema podre onde o bacana é subjugar o povo, manter as rédeas curtas. Viva Dilma, viva Rosalba, viva José Leonardo. Parabéns.

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